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terça-feira, 12 de junho de 2018

National Bird - A guerra dos drones

National Bird é um documentário de 2016 que mostra o outro lado dos ataques por meio das aeronaves não tripuladas nas terras do Afeganistão, contado por três pessoas que já estiveram envolvidas nisso: Lisa, Heather que foi diagnosticada com Transtorno de Estresse Pós-Traumático, sempre relembrando dos amigos que se suicidaram e Daniel que estava sendo investigado pela Lei da Espionagem.

O que se pode observar é que nos ataques com drones, matar as pessoas se torna aparentemente muito fácil, pois você não está segurando armas ou explosivos, depende apenas de apertar um botão a milhares de quilômetros de distância. Tudo se assemelha muito com um jogo eletrônico, a Central, os equipamentos... não conhecem as pessoas que está autorizando a matar. É um meio que tornou mais fácil, aumentando o controle e o poder.

"Como é possível saber quem sobreviveu e quem acabou morrendo?"

Mas apesar de tudo parecer tão simples, tem consequências gravíssimas, pois são vidas de pessoas, e as consequências que digo, não é apenas para as vítimas e as famílias, as pessoas que participam do programa também. Heather tem sérios problemas psicológicos e sempre fala dos seus amigos que se suicidaram, além dos problemas com álcool e drogas.

"Perdi parte da minha humanidade trabalhando no programa de drones".

A maioria dos que são contratados são jovens americanos, alguns realmente acreditam que iriam contribuir para um mundo melhor, se enganando ao descobrir a realidade por de trás de todos esses sistemas.

"Atirar em pessoas de qualquer lugar, a qualquer momento[...]. Há um enorme sistema que monitora o planeta, que pode sugar uma quantidade infinita de sua vida..."

É muito visível o medo das pessoas em falar sobre o que faziam, na verdade, nem podiam contar sobre tudo, pois como no caso do Daniel, ele estava sendo investigado por espionagem, acusado de ter vazado dados confidenciais. O medo de contar é devido o medo das consequências.

A guerra dos drones é uma verdadeira guerra fria, em dois anos houveram 121.000 mortes de "alvos rebeldes" pelo sistema. 

"Mata mais pessoas inocentes do que alvos de fato".

Em um determinado momento, mostra que uma das tentativas de silenciar os denunciantes, o governo entra em contato dizendo que eles são alvos de terroristas, o que nos faz refletir: E quem são os terroristas? É interessante como ainda mandam recado como se estivessem ao lado dessas pessoas, dando a impressão que caso ocorra o ataque de fato, possam dizer: "eu avisei".

No documentário também mostra a viagem de Lisa ao Afeganistão e entrevistas com algumas famílias que sofreram o ataque, diga se de passagem, pessoas inocentes. Algumas vítimas foram duas crianças, uma de quatro anos e outra de sete, ambas faleceram e o irmão perdeu uma das pernas.

Triste. 
E o pior:
Real.

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