ISBN: 9721058114
Título Original: Agnes Grey
Tradução: Manuela Porto
Cidade/editora: Centaur Editions
Ano de Publicação: 2014
Páginas: 149
Agnes Grey era a filha mais nova de uma família humilde, o pai era pastor e vivia bem, mas por uma ambição em enriquecer, acabou perdendo muito dinheiro, o que o levou ao mais profundo desânimo. Não podiam contar com ajuda da família materna que eram ricos, pois a mãe casou-se com o pai contra a vontade deles, passam a usar da economia para sobreviver.
Movida pelo desejo de ajudar e fazer algo para provar aos seus pais que não era mais uma criança que precisava ser poupada das preocupações, Agnes pede ajuda para a mãe e consegue uma indicação para ser preceptora de duas crianças. Ansiosa ela segue para o novo serviço, mas as crianças são mais impossíveis do que ela imaginou, e não tendo autoridade para fazer da sua maneira, pouco resolvia.
Então encontra outra colocação de preceptora de quatro crianças e ela se sente mais preparada para enfrentar o desafio, ainda que muitas vezes tenha sido humilhada pela família e até mesmo pelas moças quando estas foram crescendo, Agnes sempre lidou com muito amor, pois ela sabia que era amada pela sua família e tivera uma boa educação, e ainda que vivesse em um ambiente hostil, com valores diferentes dos seus, ela não mudava sua opinião do certo e errado.
"É loucura desejar a beleza. As criaturas sensíveis nem a desejam para si, nem se importam com elas nos demais. Se o espírito é suficientemente cultivado, e o coração bondoso, ninguém se importa com o exterior" (p. 103)
Apesar do seu aspecto físico de uma moça frágil, Agnes se mostrou ser forte nas suas convicções e desejos. Não deixou de acreditar no amor, e ainda que tudo dizia que não seria possível, ela não desistiu.
Uma história bonita, onde conhecemos o mundo feminino a partir de várias personagens com características marcantes. A mãe de Agnes deixou a família para viver ao lado do homem que amava, pois ele era pobre e o pai não aceitava o casamento e apesar de todas as dificuldades que essa decisão acarretou, ela nunca se arrependeu da escolha. As alunas de Agnes, é interessante ver o contraste entre elas, a mais nova gostava de atividades consideradas "masculinas" e até um momento ela pode fazê-las, mas a partir de quando tinha que ser apresentável para arrumar um marido, isso não foi mais permitido.
As obras das irmãs Brontë tem muito conteúdo para refletirmos sobre os papéis das mulheres durante o século XIX e as evoluções até hoje. Agora entendo porque são tão apreciadas e estudadas.
Este é o segundo livro do Brontë Book Chalenge que era para eu ter liberado a resenha em março, mas acabei atrasando e o próximo livro será Shirley.
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