Título Original: 1984
Tradução: Alexandre Hubner e Heloisa Jahn
Cidade/editora: São Paulo: Companhia das Letras
Ano de Publicação: 2009
Como já diz o título a história se passa no ano de 1984 (pelo menos é o que o protagonista acredita), na Oceania, mais especificamente, em Londres. Um mundo onde o lema do partido é:
“Guerra é paz,
Liberdade é escravidão
Ignorância é força”.
As construções são todas velhas e desgastadas pelo tempo e pela guerra, se destacando entre as ruínas e pobreza “as sedes dos quatro ministérios entre os quais se dividia a totalidade do aparato governamental. O Ministério da Verdade, uma gigantesca estrutura piramidal de concreto branco, o Ministério da Paz, O Ministério do Amor e o Ministério da pujança, (P. 14)”.
Em todas as casas tinha uma teletela que dava notícias do partido (e também era uma espécie de câmera que vigiava os moradores 24 horas) e em todos os lugares possíveis se encontrava um cartaz com a foto do Grande Irmão e a legenda era: “O Grande Irmão está de olho em você.”
Em todas as casas tinha uma teletela que dava notícias do partido (e também era uma espécie de câmera que vigiava os moradores 24 horas) e em todos os lugares possíveis se encontrava um cartaz com a foto do Grande Irmão e a legenda era: “O Grande Irmão está de olho em você.”
Eles chamavam uns aos outros de “camarada”, mas ninguém possui de verdade o vínculo de amizade, e muito menos de afeto, inclusive os pais temiam ser denunciados pelos filhos, que eram fanáticos pelo Grande Irmão, e se desconfiassem de algo denunciava-os. As crianças e adolescentes eram considerados como heróis e funcionavam como uma extensão do Ministério do Amor (que era responsável pela tortura e morte daqueles contra as ideias do Partido).
O protagonista, Winston, mora nas mansões Victory, mas de mansão só tem o nome, se trata de um dos diversos apartamentos velhos e cheirando a couve estragada. Ele trabalha no Ministério da Verdade (o nome correto seria Ministério da Mentira), fazendo revisões em edições anteriores dos jornais, de modo que todas as notícias eram reformuladas de acordo com os acontecimentos do presente, ex: se o G.I tivesse feito um pronunciamento e este não houvesse se realizado, as informações eram alteradas e o original era destruído. O que acontecia com todos e qualquer tipo de registro.
O protagonista, Winston, mora nas mansões Victory, mas de mansão só tem o nome, se trata de um dos diversos apartamentos velhos e cheirando a couve estragada. Ele trabalha no Ministério da Verdade (o nome correto seria Ministério da Mentira), fazendo revisões em edições anteriores dos jornais, de modo que todas as notícias eram reformuladas de acordo com os acontecimentos do presente, ex: se o G.I tivesse feito um pronunciamento e este não houvesse se realizado, as informações eram alteradas e o original era destruído. O que acontecia com todos e qualquer tipo de registro.
Talvez por essa falta de passado (sem ser manipulado), Winston não se lembrava praticamente de nada do que ocorreu nos anos anteriores e da sua infância. Sabia que seus pais e sua irmã desapareceram, mas não sabia como e nem o porquê.
E motivado por um sentimento que não entendia começou a escrever um diário, sabendo que já era um criminoso e condenado a morte, pois o crime não era apenas a ação de ir contra o governo, mas o pensamento já era considerado como tal, sendo só questão de tempo descobri-lo. Então resolveu adiar esse momento o máximo possível, tentando não demostrar, seja pelo olhar, por um tique, um espasmo, uma frase solta dormindo, etc.
E conforme ia escrevendo ia no seu diário, revivia momento e retomava partes do seu passado. Mas será que seria capaz de enganar o Partido?
“Um dia desses, pensou Winston, Syme será vaporizado. É inteligente demais. Vê as coisas com excessiva clareza e é franco demais quando fala. O partido não gosta desse tipo de gente (p. 70).”
De início consegui compreender a história, talvez por distopia ser meu novo segundo gênero literário preferido, e o livro possui várias referências. Seria como uma continuação da Segunda Guerra Mundial, mas de forma diferente, o mundo foi dividido entre três grandes partes, a Oceania, a Eurásia e a Lestásia. A população se dividia entre os Núcleos do Partido, os trabalhadores e os Proletas (que era um povo pobre e miserável). Os núcleos do partido caçavam aqueles que não haviam sido dominados e manipulados e fazendo os desaparecer, não só fisicamente, mas todo o passado da pessoa, como se ela de fato nunca houvesse existido, o que é realmente perturbador.
"Porque se lazer e segurança fossem desfrutados por todos igualmente, a grande massa de seres humanos que costuma ser embrutecida pela pobreza se alfabetizaria e aprenderia a pensar por si; e depois que isso acontecesse, mais cedo ou mais tarde essa massa se daria conta de que a minoria privilegiada não tinha função nenhuma e acabaria com ela. (p. 226)"
Entre tantas coisas me chamaram atenção, quero destacar o jogo com as palavras e seus significados, por exemplo, o ministério da Paz era responsável pela guerra e o Ministério do Amor cabia fazer valer a ordem e as leis, torturando e matando as pessoas. E um dos personagens, o “amigo” de Winston, trabalhava para construir um novo vocabulário, a Novafala, onde todos os sinônimos e antônimos seriam anulados, com o objetivo de diminuir não somente a linguagem verbal, mas também o pensamento.
"O ato essencial da guerra é a destruição."
Posso dizer que não fiquei surpresa com o final, depois das primeiras distopias que me causaram imenso sofrimento, já estava na hora de entender como funciona esse gênero. Porém causa um certo incomodo, muitos críticos debatem a ideia do livro ser considerado uma “profecia”, mas na minha opinião o livro serve mais como uma alerta. George Orwell viveu a guerra, viu coisas horríveis, e provavelmente percebeu como o ser humano pode chegar a um estado de extrema ignorância com os demais, no sentido de não ter nenhuma empatia. E isso pode ter despertado a questão: Será possível que o homem chegue a um ponto de perder totalmente seu afeto pelo próximo? De se tornar um robô?
"As utopias negativas expressam o sentimento de impotência e desesperança do homem moderno assim como as utopias antigas expressavam o sentimento de autoconfiança e esperança do homem pós-medieval."
Acho que é uma leitura muito válida, inclusive para nos questionarmos e debatermos tais pontos. Se alguém já leu, deixe aqui nos comentários o que você achou sobre a história, vou amar saber sua opinião. E quem não leu, comente o que achou sobre a resenha, é muito importante para mim.
Beijos e até mais!
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