Estava olhando nas vitrines
procurando um presente para comprar quando sem querer esbarrei no braço de uma
garota, apressadamente pedi perdão e ajudei ela pegar os livros e papeis que
caíram no chão.
Ela ainda era jovem,
estatura baixa, cabelos bem pretos que modulavam seu rosto delicado com lindos
olhos azuis. Peguei a última folha e enquanto entregava para ela pedi desculpas
novamente, afinal, ninguém gosta de estranhos desastrados que saem derrubando
tudo.
Mas ao invés de ela
responder ou simplesmente balançar a cabeça como muitos fazem quando leva um
esbarrão, ela deu um sorriso, aqueles com olhos e tudo. O sorriso perfeito para
eu ser desculpada e alegrar o resto do meu dia que até então não estava nada
bom.
Comprei um chaveiro e mandei
embrulhar e quando sai olhei mais uma vez para ela pensando se tornaria ver
aquele rostinho. Certamente que não, quase não ia para aqueles lados e sempre
estava mudando de cidade.
Anos depois, bem depois...
já tinha ido embora e voltado, estava sentada em um barzinho movimentado, já
era tarde e eu ali sozinha tentando adiar os problemas que tinha para resolver,
sempre odiei fazer escolhas e estava me sentindo muito mal mesmo.
Senti alguém me cutucando,
mas nem virei, não queria ser incomodada e muito menos explicar o por quê de
meu rímel estar borrado e escorrendo junto com as lágrimas rolando pelo meu rosto.
Sinceramente, eu devia estar horrível!
Então a pessoa parou na
minha frente e apontou para o banco vazio ao meu lado, tem alguém aqui? Não tinha. O que chegava a ser engraçado, parecia obra do destino: Um bar super lotado e
um banco vazio, bem ao meu lado. Balancei a cabeça negativamente e continuei
quieta.
A moça sentou e pediu alguma
coisa que não escutei, depois virando-se para mim ela disse:
- Desculpe incomodá-la,
mas você quer um lenço? E estendeu um lenço para mim, eu não quis pegá-lo, estava tão limpo que senti pena de sujá-lo, ela insistiu, e quando
virei para falar que não precisava, ela sorriu para mim, então me lembrei da
mocinha que anos atrás tinha me dado aquele mesmo sorriso.
Sorri de volta e falei:
- Acho que já nos vimos. – Ela continuava com
o mesmo rostinho lindo, apenas mais amadurecido.
Ela concordou e disse:
- Já sim, você me ajudou pegar
meus livros que cairão no chão. – Ela foi cuidadosa em não dizer: “Que você derrubou”. – Pode usar meu lenço, não me importo de sujá-lo.
Então ficamos ali,
conversando por horas. Foi tão incrível, maravilhosamente incrível. Quando fui
embora, já não chorava mais, e sim sorria. E o mais importante é que já sabia
qual era a escolha que eu ia fazer, e ainda, tinha encontrado uma nova amiga.
Enquanto caminhava para
minha casa, onde pretendia passar os meus próximos anos, pensava o que seria de
mim se não fosse desastrada a ponto de esbarrar nas pessoas e fazê-las
derrubar os livros que estavam segurando. Como a vida é estranha!
Oi Renata!
ResponderExcluirQue texto inspirador, com toda a certeza, um sorriso pode fazer total diferença.
Sou adepta a sorrisos e abraços sinceros! ;)
Conheci seu blog hoje e já comecei a seguir.
Beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com.br/
Olá Alessandra!
ExcluirÉ verdade... um sorriso é capaz de mudar tudo.
Amo sorrisos espontâneos e sinceros!
Que bom :)
Beijoss
Queria ser desastrada assim kkkk. Belo texto
ResponderExcluirhttp://garotassemcontrole.blogspot.com.br/
Seria bom hein?! hahaha Obrigada :)
ExcluirBeijos