Guia Folha |
No post anterior contei sobre um cine-debate que participei na faculdade, e mais uma vez trago uma dessas minhas experiências, só que desta vez é um filme, que acredito que muitas pessoas já viram, Nise: O coração da Loucura estrelado pela atriz Gloria Pires no Papel da Nise da Silveira.
O filme conta a história de uma psiquiatra, que depois de sair da prisão (devido a ditadura militar) foi contratada pelo hospital psiquiátrico no Rio de Janeiro e se depara com os tratamentos utilizados pelos seus "colegas" de profissão, como a lobotomia, o eletrochoque, métodos agressivos e pavoroso, meios de "cura" que ela se nega a utilizar. Então passa a ser responsável pelo setor de Terapia Ocupacional, que se encontrava abandonado dentro do hospital e que era visto como forma de passatempo. Os pacientes até então faziam alguns serviços de limpeza.
Era um desafio, que ela encara com firmeza, e isso é o que mais me surpreende em sua pessoa, vejo Nise como uma mulher meiga, carinhosa, capaz de enxergar além naqueles seres humanos que ela recusava chamar de "pacientes", mas ao mesmo tempo se mostrava uma mulher forte, capaz de aceitar tal desafio e encarar os demais psiquiatras. E foi com esse seu jeito que ela revolucionou o método de tratamento, e é incrível ver as transformações que aconteceram, utilizando a arte como linguagem.
No debate, mediado por uma professora que também dá aulas para mim, falamos sobre o desafio de superar o tratamento clássico e desumano, como por exemplo, o movimento da luta antimanicomial que é relativamente recente. Ela se mostrava aberta, não impunha nada a eles fazerem, mas observava-os e deixava eles a vontade, de modo que podia aprender muitas coisas.
Também conhecemos mais sobre a história dela, o motivo de ser presa (tinha livros considerados proibidos na época), seu amor por gatos, sua disposição em ajudar os estudantes, etc.
E como disse, já tinha tido aulas sobre ela quando fomos falar sobre Jung, e quando participei de um curso de extensão: o falar além das palavras, onde vimos os quadros pintados pelos pacientes, a história deles, etc., que pode ser visto no Museu de Imagens do Consciente que se encontra no Rio de Janeiro.
Casa das Palmeiras
Memorial |
Vale a pena assistir e conhecer mais a história dela.
Espero que tenham gostado.
Beijos
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