Este texto faz parte do projeto 642 coisas sobre as quais escrever, se quiser saber mais sobre, clique aqui. Leia ele escutando Lentil (Sia).
17. Descreva algo vermelho de qualquer maneira possível, sem usar a tal palavra.
Não era a primeira vez que se encantava com ela. Seu sorriso nos lábios grossos e bem desenhados junto com aquele par de olhos brilhantes o prendia. Não conseguia prestar atenção em mais nada, há não ser ela.
17. Descreva algo vermelho de qualquer maneira possível, sem usar a tal palavra.
Não era a primeira vez que se encantava com ela. Seu sorriso nos lábios grossos e bem desenhados junto com aquele par de olhos brilhantes o prendia. Não conseguia prestar atenção em mais nada, há não ser ela.
Quanta
vez sonhou com este momento? Não sabia dizer, apenas que ele havia chegado.
O
ar estava parado, o vento não se arriscava passar por ali, o silêncio chegava a
machucar o peito, de tão incômodo e apesar de ser uma noite de inverno, sentia
calor, como se uma grande estufa cercasse eles, e o mundo continuava fora dela,
enquanto ali o tempo apenas flutuava bem devagar... Tão devagar que demorou
séculos para perceber que algo não estava certo.
No
lugar daquele belo sorriso havia uma careta, por que ela fazia careta? Seus braços
se agitaram como se pedissem por ajuda... e pequenas lágrimas escorreram pelo
seu delicado rosto ficando penduradas na pontinha do queixo, se equilibrando
para não cair e como um minúsculo diamante ela foi descendo de encontro ao
chão. Então percebeu que no meio do seu peito onde devia ficar o coração havia
um buraco negro, de onde saia um líquido grosso onde pincéis invisíveis pintava
seu vestido formando um veludo escuro, o pote daquela tinta não era nada menos
do que seu próprio coraçãozinho... E aquele líquido a cobria com uma rapidez
assustadora para um lugar tão calmo como aquele.
Inconscientemente
tentou apara – la para não cair, e com as mãos tentou tampar aquele buraco, o
líquido era pegajoso e logo estava coberto por ele, tentou se equilibrar, mas
logo percebeu que seus pés escorregavam, o chão era um rio de vinho.
Desesperado começou a chorar e com os olhos embaçados via no alto várias
coisinhas flutuando. Enquanto tentava secar as lágrimas pensou serem milhares
de morangos, mas percebeu que eram pétalas.
Todas
da mesma cor e com aspecto aveludado. Olhou para a garota nos seus braços,
parecia que dormia, seus lábios estavam bem fechados e uma pequena lágrima
ainda pendia nos seus cílios.
Uma
dor invadiu o seu peito, e antes que pudesse gritar desesperado, todas aquelas
pétalas se juntaram e foram se fechando, e logo o buraco estava tampado,
sobrando apenas uma pétala que foi sendo levada pelo vento que ousou invadir o
momento. E já longe ele ainda podia ver aquele minúsculo pontinho que se agitava
como uma bandeira manchada de sangue.
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